História do Rádio

A invenção do rádio é atribuída ao italiano Guglielmo Marconi, mas o instrumento reúne uma série de descobertas anteriores. 

No Brasil, a primeira transmissão ocorre em 1923, por Edgard Roquete Pinto e Henry Morize.

O rádio é a união de três tecnologias: a telegrafia, o telefone sem fio e as ondas de transmissão.

Precursores do Rádio

A primeira descoberta está nas ondas de rádio, com capacidade de enviar som e fotos pelo ar.

Isso aconteceu em 1860, quando o físico escocês James Maxwell descobriu as ondas, que foram apresentadas somente em 1886 por Heinrich Hertz. Foi Hertz quem apresentou a variação rápida da corrente elétrica para o espaço em forma de ondas de rádio.

Assim, Guglielmo Marconi estabeleceu em linha telefônica os sinais de rádio. À invenção, Marconi deu o nome de telégrafo sem fio.

A primeira transmissão de rádio foi de um evento esportivo e ocorreu durante a regata de Kingstown para o jornal de Dublin. Em 1901, Marconi recebe o Prêmio Nobel de Física.

A invenção, porém, ainda não tinha o formato como conhecemos hoje porque transmitia somente sinais. A transmissão de voz só ocorreu em 1921 e foi introduzida às ondas curtas em 1922.

Os trabalhos de Marconi desencadearam uma série de disputas judiciais que tinham o norte-americano Nikola Tesla reivindicando a patente da invenção do rádio.

Em 1915, Tesla ingressou com um pedido de liminar no Tribunal Norte-americano sob o argumento que lançara o modelo usado por Marconi.

Em 1943, a Suprema Corte dos Estados Unidos o reconheceu como o verdadeiro inventor do rádio.

Também entrou na disputa JC Bose, que apresentou a transmissão da visita de um representante da Grã-Bretanha a Calcutá em 1896 a uma distância pouco mais de 3 quilômetros.

Bose solucionou as barreiras naturais, a água e montanhas, para ter eficiência na transmissão.

A Primeira Transmissão de Voz

A primeira transmissão tendo o conjunto voz e música por ondas de rádio ocorreu em dezembro de 1906, em Massachusetts, nos Estados Unidos.

Foi, contudo, o canadense Reinald Fessenden quem reproduziu por uma hora conversas e música para radioamadores.

Outras experiências também mercaram a combinação, mas era preciso dispositivos semelhantes a fones de ouvido nos primeiros aparelhos, feitos à mão.

Os primeiros receptores eram confeccionados em sulfeto de chumbo, os bigodes de gato, usados para detectar os sinais de rádio, sendo ligados a aparelhos de cristal.

Havia muita dificuldade para sintonizar as estações e, principalmente por esse obstáculo, a massificação do rádio ocorre somente após 1927.

Até então, a Primeira Guerra Mundial, deflagrada em 1917 foi o mais significativo fator limitante à difusão do rádio, embora já existissem centenas de emissoras.

O interesse é crescente após a guerra e os governos passaram a monitorar as transmissões que ocorriam, na maioria das situações, de maneira clandestina.

Lentamente, os próprios governos passaram a servir-se do rádio e houve a abertura de mais emissoras, chegando a 550 em 1922.

O Rádio no Brasil

O rádio chegou no Brasil em 1923 e tem até um dia especial, 23 de setembro, quando é comemorado o nascimento do carioca Edgard Roquette Pinto (1884-1954).

A primeira transmissão ocorreu durante a Exposição do Centenário da Independência, quando empresários norte-americanos instalaram uma estação no Corcovado.

Na ocasião, os ouvintes acompanharam a ópera "O Guarani", de Carlos Gomes o pronunciamento do então presidente Epitácio Pessoa.

Diante da novidade, o médico e escritor Roquette Pinto tentou, sem sucesso, convencer o governo federal.

Foi a Academia Brasileira de Ciências quem acolheu o projeto e, assim, nasce a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que transmitiria óperas, poesia e informações sobre o circuito cultural da cidade.

Ainda em 1923, o Recife recebe a primeira emissora, a Rádio Clube de Pernambuco.

A Era de Ouro do Rádio

A partir de 1927, o rádio passa por um processo de massificação com a possibilidade de transmissão de sons de aparelhos que tocavam discos diretamente ao microfone.

É iniciada, assim, a profissionalização do meio, com a contratação de artistas, transmissão de programas de auditório, radionovelas e humorísticos.

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