Mãe de delegada morta diz que namorado da filha era ciumento e violento: 'Chega de matar mulheres'

  • 12/08/2024
Corpo de Patrícia Neves Jackes Aires foi achado dentro do próprio carro, numa área de mata. Mãe de delegada morta diz que namorado da filha era ciumento e violento: 'Chega de matar mulheres' A mãe da delegada pernambucana Patrícia Jackes, de 39 anos, que foi encontrada morta na Bahia no domingo (11), disse que a filha relatou para a família que o namorado, Tancredo Neves Feliciano de Arruda, principal suspeito da morte, era um homem ciumento e controlava as roupas que a filha usava (veja vídeo acima). Ele já tinha sido preso anteriormente, em maio, por agredir a vítima. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PE no WhatsApp. Moradora do Recife, onde o corpo da delegada será enterrado na terça-feira (13), Maria José Jackes Aires disse que a filha chegou a ouvir uma conversa do companheiro com a mãe dele, na qual ele falava sobre o sentimento de posse em situações como os eventos em que ele a acompanhava. “Ela pegou um áudio dele para a mãe: ‘Mãe, vou pegar um remédio para me controlar porque lá vai ter muito homem. Não sei se vou conseguir me controlar’. Então, já era uma forma de ele mostrar a personalidade violenta. Esse áudio só chegou até ela (Patrícia) depois que eles tinham se separado”, contou Maria José. A mãe contou, também, que o amor pela família é o que tem mantido ela de pé depois da morte da filha. “Não sei como estou de pé. Acho que é porque tenho meu neto e ele me ama demais. E tenho meu filho, que também precisa de mim. Só sei que tem que mudar, chega de matar as mulheres. A gente está sendo massacrada. Não só aqui [em Pernambuco], em Salvador, em São Paulo, no país inteiro”, lamentou a mãe. Mesmo com esses relatos, a mãe de Patrícia Jackes disse que a filha falava que Tancredo Neves era “um homem bom” e que tinha feito faculdade de Medicina na Argentina. “Ela dizia que ele era um homem bom, carente, que tinha feito faculdade na Argentina. O pai dele é um médico conhecido em Salvador”, falou. Nascida no Recife, Patrícia Jackes tinha um filho de 7 anos. Ela foi criada junto com o irmão Rafael pela mãe, Maria José Jackes. Patrícia tinha 39 anos, era formada em letras e ensinou língua portuguesa e língua inglesa em escolas públicas em Pernambuco. Também era formada em jornalismo e depois que se graduou em direito foi aprovada no concurso para ser delegada civil no estado da Bahia, para onde se mudou há 10 anos. Especialista em Direito Penal e Processo Penal, tomou posse em 2016, sendo designada em para a Delegacia Territorial de Barra, no Oeste do estado. Depois, serviu em Maragogipe e São Felipe, antes de ser lotada em Santo Antônio de Jesus, onde atuava como plantonista. Patrícia Jackes atuava na prevenção e enfrentamento às violências de gênero. Em 2021, atuou no Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (Neam), da 4ª Coordenadoria de Polícia, no município de Santo Antônio de Jesus (BA). “Minha filha trabalhava 24 horas. Ela fazia plantão a noite toda. Chegava de manhã. [...] Gostava da Bahia, era uma profissional dedicada, querida, amava Salvador, Ivete [Sangalo]. Gostava de dançar e amava nosso Pernambuco. Amava Tamandaré. Não tenho muita educação, como dei para os meus filhos. Tentei dar tudo de mim, para que ela crescesse e mudasse o nosso país. É só com estudo que a gente pode crescer, só com estudo a gente pode fazer um país melhor", disse. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2024/08/12/mae-de-delegada-morta-diz-que-namorado-da-filha-era-ciumento-e-violento-chega-de-matar-mulheres.ghtml


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